Segundo o prefeito Fábio Gentil, governo deixou de repassar, desde janeiro de 2017, quase R$ 3 milhões por mês ao município
O Estado - A Prefeitura de Caxias emitiu ontem uma nota oficial por meio da qual informa que o governo Flávio Dino (PCdoB) cortou aproximadamente R$ 18 milhões que deveriam ser repassados para aplicação na Saúde municipal desde janeiro deste ano. Seriam quase R$ 3 milhões por mês.
A informação é uma espécie de desmentido ao próprio comunista, que esteve na cidade, no sábado, 24, e em entrevista a veículos de imprensa locais negou que tenha determinado o corte.
“Questionado sobre a suspensão do repasse de quase R$ 3 milhões de reais à cidade de Caxias desde janeiro de 2017, o governador mentiu ao dizer que os recursos não foram suspensos”, diz a nota, publicada no site oficial da Prefeitura.
O dinheiro, diz o texto, representava a contrapartida estadual para ajudar a manter os investimentos na estrutura de saúde que atende à população caxiense e da macrorregião.
Insistência - Desde que assumiu o mandato, em janeiro de 2017, o prefeito Fábio Gentil (PRB) tem insistido, sem sucesso, para que os quase R$ 3 milhões de reais voltem a ser repassados para investimentos na saúde municipal.
“Os recursos foram suspensos após o candidato apoiado pelo governador Flávio Dino [Léo Coutinho] em Caxias, perder as eleições em 2016”, diz a nota oficial.
No dia 6 de junho, continua o comunicado, Gentil e o vice-prefeito, Paulo Marinho Júnior (PMDB), receberam a visita institucional de uma comitiva de secretários estaduais. Na ocasião, relataram a necessidade do retorno dos recursos da saúde. O prefeito ressaltou que o governo do Maranhão suspendeu quase R$ 3 milhões de reais, que por lei, é uma contrapartida ao município. Já são seis meses sem os recursos.
“Nós mostramos aos secretários estaduais a necessidade dessa parceria. Nós mostramos a eles que o município de Caxias precisa em todos os âmbitos, que nós aqui do poder público municipal temos tentado de todas as formas possíveis, porém, não temos sucesso. Nós vamos onde tivermos que ir, nós iremos compor, nós iremos trabalhar, nós faremos o que tiver que ser feito para que o povo de caxiense possa ser beneficiado com o apoio do Governo do Estado. Nós precisamos do Governo do Estado. Passamos o recado a todos os secretários que estiveram presentes e acreditamos que os secretários vão sensibilizar o governador e com a sensibilidade dele, retribuir a Caxias aquilo que a gente almeja que é o retorno desse apoio”, afirmou Fábio Gentil.
O vice-prefeito corrobora a informação. “Nós já estamos no mês de junho e até a presente data não houve uma conversa com o Governo do Estado. A Prefeitura de Caxias tem feito de tudo buscando essa parceria institucional mas não tem sido atendida. A falta do diálogo é que dificulta tudo. A população de Caxias tem uma série de demandas e a gente precisa desse apoio. Caxias faz parte do Maranhão. O nosso prefeito Fábio foi muito firme na necessidade de que precisa haver diálogo, precisa haver parceria para que a cidade possa se desenvolver e a nossa população, além de merecer, ela tem esse direito”, ressalta vice-prefeito.
Governador nega corte de repasse
Em entrevista a veículos de comunicação de Caxias, o governador Flávio Dino garantiu que não houve corte de recursos e que o Estado cumpre com sua parte no que diz respeito a contrapartidas para manutenção de um hospital macrorregional na cidade.
“Não foi cortado recurso nenhum para a cidade de Caxias. Nós sempre ajudamos o Município, tanto é que mantemos lá um hospital macrorregional. É um hospital que faz a ação exatamente que compete ao Estado, que é uma ação para a região, ação de alta complexidade para a região. É um dos hospitais que melhor funciona em nosso estado. Essa é a nossa contribuição, contribuição que legalmente nós somos obrigados a dar na cidade de Caxias”, disse o governador.
Dino também afirmou que “não havia convênio com a cidade de Caxias” quando foi questionado sobre a suspensão dos recursos do Governo do Estado, que até 2016 eram enviados a Caxias para a Secretaria Municipal de Saúde.
“A nossa contribuição, o nosso papel legal, aquilo que nos compete está sendo feito, todos os meses nós gastamos quase R$ 5 milhões de reais na saúde de Caxias no hospital macrorregional que compete ao Governo do Estado”, justificou o governador.